quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Colores



Tengo los ojos negros
y de colores te puedo mirar.
No estan hecho de esmeraldas
Por eso no se concibe ver
qué por detrás de toda esta vanidad
va el minerito pobre que se deja,
por esas palomitas verdes, explotar.

Tengo los ojos negros.
Y de dolores te puedo mirar.
No estan azules como el cielo.
No son azules como el mar.
Por el negro petróleo la guerra se hace
En el azul del mar se hace combate.
Desde el cielo azulado se hace masacre.

Tengo los ojos negros
Negros como la miseria detrás del muro.
Negros como la injusticia en el oscuro
Negros como la cara mala del mundo.
O como el sabor de coca-cola.

Negros como cuando cerramos los ojos y ya no queremos mirar.

Pero yo tengo los ojos tan negros
Y puedo ver tantos colores
que ya no les puedo contar.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Causa mortis

Certa vez me ensinaram
Um conselho prudente:
'Destrincha os rancores
e perdoa incessantemente'.
Mas a veraz e boa prática
do sábio irmão Onisciente
acusa: Olho por olhos
e dente por dentes.

sábado, 16 de abril de 2011

Ressurreição

Eis que venho cedo ou já cedo, porque não posso...
Vai idade de vaidades, diz o poeta
Tudo cessa a luz do que não para
Cais da escuridão que ultrapassa o que mesmo?
O peso das sórdidas lembranças
ou a lembrança vaga do que não se esquece.
O que os olhos não querem ver, o coração sente
A morte social que antece a derradeira sorte
E no dia seguinte: tudo segue.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Carpe Noctem

Ser

Primeiro é o parasita plangente
A ilusão perfumada da juventude.
Sobre o vômito lânguido da vida.
Mas a certeza do dever cumprido.

Depois é a rebeldia insaciável de uma busca
pelo infinito do nada
em uma existência de sentidos sem sentidos.
De uma dialética da virtude do agora.
Um sonho questionável de progresso.

Depois é o inverno fatal.
Frígidas as mãos do velho onanista.
E uma pseudo ilusão de experiência.
De uma memória contraditória.

Não!Quem poderá dizer o que é?

O pó

Depois...

Depois?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Homonímia

Minha errância é uma vela apagada no oceano
Garantindo, para além das trevas, a propulsão pelo vento.
Insisto.
Falo de um secreto desejo que não falo.
Peco.
Perco.
Como um doce sonho que se perde
cedo
em um dado jogo de dados.
Porém sou fiel.
Termino uma oração
sem ter necessariamente pena.
Julgam-me sem medida.
Mas que medida de peso há para a relva, grama?
Não calo.
Pois quem poderá julgar o pescador quando,
para além de falsos juízos,
traz da rede um namorado?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Respostas

Em que cova ficou sepultado o meu sonho revolucionário?
Em que país ficou escondida a esperança dos humilhados?
Em que deserto ficou esquecida a fome do miserável?
Em que cela ficou presa a liberdade dos namorados?
Por que deixei de ter falado?
Por que perdi a fé em mim?
Agora é cada um por si.
E eu bebo coca-cola.
Calado.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

CALAbOUÇO

Os lábios entreabertos
em uníssono movimento.
o chão frio da masmorra
de um castelo insalubre.
Deslizam as mãos nos corpos
Nus em crescendo.
O olhar em adágio
jamais visto alhures.

Remata a lei do pecado
com um arguto sangrento.
Num vaivém em alegro
O véu dessacralizado.
O êxtase da diminuta morte
o grito ofegante, lento.
Dois amantes num calabouço
Tão audível e tão calado.

Ao lúgubre esconderijo dos amores insólitos.
 
Wordpress Theme by wpthemescreator .
Converted To Blogger Template by Anshul .